Caminho só pelo quarto

Minhas lembranças me acompanham leves, ternas como suas mãos em mim.

Contemplo meus lençóis revoltos, em desalinho, como meus cabelos ainda permanecem.

Suas mãos ainda estão em mim, leves borboletas...

Na parede do meu quarto o relógio continua a mover-se

Tic tac tic tac

E eu relembro aquela cavalgada perfeita

Seus olhos entreabertos, a respiração entrecortada pelos meus gemidos súplices.

Seu corpo, ritmando o amor com o suave tic tac do relógio.

Até que ele não mais pode acompanhar...

O amor que a gente fez e faz sempre se reinventa

Sempre você encontra uma curva inexplorada, sempre um sentimento guardado

Sempre um botão novo como uma rosa pronta pra desabrochar

No seu toque, nas suas palavras de amor, na sua ânsia.

Nos beijos devastadores que trocamos, todas as vezes que nos encontramos.

Como se a última vez estivesse a milhares de quilômetros...  

E eu prossigo assim, feliz e exausta, a sua espera.

A espera de uma nova noite de amor

De um novo movimento, de um novo tesão.

De uma maneira diferente

Porque você me consome por inteiro

Meus dias e noites são seus

Você me tem inteiramente como eu a você

Não importa o quanto tempo tenhamos que estar separados

Não importa a dificuldade

Porque este encantamento é o que nos move

É o combustível preciso

Amar você

Hoje, ontem e amanhã...

Repetidamente

É o que me faz viver!!!!

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Às vezes, me deixo levar pelo meu lado poeta...

Acordo com você entre minhas pernas, profundamete adormecido, saciado e completamente entregue a mim.

Não há mais distância

Nem diferença de idade, tampouco...

Éramos nós dois, onde se confundia inicio e fim

Pranto e riso, luxúria, gritos, sussurros

Seu êxtase ante a pele arrepiada, sua boca suave percorrendo minhas curvas, dominando e se deixando dominar.

O momento suspenso ante a iminência do ato

Do seu mergulho, profundo, voraz em mim

Das suas palavras rudes , escapando do seu controle embaladas pelos meus gritos .

Não havia falsos pudores,

apenas nós dois, apenas a entrega,

apenas suas pernas entre as minhas,

movendo-se mais rápido e mais rápido e mais rápido ainda, 

num vai vem ritmado no sons dos nossos corpos que adquiriam uma sinfonia própria,

como se não tivessemos mais domínio sobre eles,

como se quisessem dizer coisas que simples palavras não consiguiriam exprimir,

até explodir, uma, duas ,tantas vezes quantas o tesão permitisse, 

sem jamais deixar meu corpo, sem jamais,esquivar-se dele...

Me levanto devagar e caminho nua até a janela,

contemplando aquele corpo adormecido, que acha que é meu dono,mas que é meu apenas, 

 e finalmente, não tem a dimensão do quanto este amor está totalmente, sem controle!

Pedido

Não pare, não pare, NÃO PARE...
Às vezes eu me deixo levar por você
E me deixo dominar.
Não pare que eu tenho pressa
Eu quero você dentro de mim:

forte e fundo como se o amor fosse  inventado,
na explosão do gozo que nos aproxima e nos tatua a fogo, o desejo...
Quero beber uma, duas, tantas quantas vezes forem possíveis, a sua sofreguidão, os seus desatinos...
E rir dos seus descompassos
Da sua luxúria, que não sacia nem a mim, nem a você..
Que reinventa o momento, que se transforma quando sua boca percorre a linha das minhas costas...
E arrebata, quando você me pega , forte e penetra fundo meu corpo,
Como animais no cio, sem limites
Sem escrupulos ou máscaras...
E quando você descançar, exausto , recomeçarei  uma vez mais
Numa cavalgada perfeita...
Que deixará você contemplar-me e embriagar-se do Meu desejo...
Pois eu vou ditar o ritmo e fazer você suplicar...
E vamos explodir
Mais uma vez!

Voyer

Todos os dias, ele fica a espreita escondido atrás da cortina fina do prédio em frente.

Tolo, penso eu, sei que ele fica lá de longe me observando, com a luz apagada, na vã tentaiva de ocultar seu desejo.

E todos os dias, repito meu ritual: Dispo-me preguiçosamente em frente a janela, consciente do olhar do outro lado.

Tiro sem pressa , o vestido o sutiã...

Liberdade, acaricio lentamente os seios, livres e arrepiados, e ele, observa

Tiro a calcinha, lentamente, sento-me na beirada da cama e faço um alongamento, sem pressa, espreguiçando o cansaço do dia de trabalho.

Tomo meu banho, igualmente com a porta do banheiro aberta, para que ele fique ali , adivinhando o que o vapor não o deixa ver .

Demoro-me, o contato com a água morna, alivia tensões e me leva pra bem longe, numa carícia mais prolongada na pele, entre as minhas pernas, com meus dedos procurando suplílces o caminho do meu tesão...

Saio novamente , totalmente nua e agora e dedico-me a passar lentamente o hidratante aproveitando ainda uma vez mais o contato suave das minhas mãos  ...

Visto uma camisola leve e pequena de algodão apenas...

Feito isto sopro um beijo pra o meu admirador, a esta altura, não tão secreto assim!

Até amanhã!!!